Cedo ou tarde, todos encontraremos a cova. Em 2021, houve mais de 1,8M de óbitos no Brasil, segundo dados (ainda preliminares…) das Declarações de Óbito disponibilizadas pelo SUS, o SIM-DO (a sigla SIM significa Sistema de Informações sobre Mortalidade). Por que o ano de 2021? Porque é o ano mais recente com dados “consolidados”.
Todo Mundo Junto
Comecemos com aquilo que é mais frequente divulgarem por aí, a famosa (e um tanto quanto enviesada) média da idade ao morrer. Como a mortalidade infantil costuma inserir vieses, daqui para frente considere que todas as mortes de pessoas abaixo de 10 anos (exclusive) foram omitidas. Como é bem sabido, mulheres em geral vivem mais do que homens — e, conhecendo os homens, isso não surpreende!
Conforme normalmente ocorre na demografia internacional, descendentes dos povos do extremo leste da Ásia tendem a viver mais, afrodescendentes tendem a viver menos. Dentre os diversos fatores incidentes, é prudente citar renda per capita, nível educacional, hábitos diversos, dieta — sem, obviamente, negligenciar fatores genéticos envolvidos diretamente na longevidade e também em uma miríade de demais fatores fisiológicos e comportamentais.
Bem menos divulgado, mas muito mais interessante, é a idade modal ao morrer. Ou seja, a idade mais frequente com a qual se morre. Ela costuma ser consideravelmente mais elevada, e mantém o padrão de que mulheres vivem mais, especialmente se descendentes do leste asiático. Para o caso em que houver distribuição multimodal, a tabela abaixo considerou sempre as modas mais elevadas:
Não surpreende que indígenas, cuja linhagem basal compartilha ancestrais recentes com os povos do extremo leste asiático, tendam a viver bastante. Surpreende, no entanto, a abrupta queda na idade modal de óbito dos afrodescendentes — além de possíveis fatores fisiológicos e genéticos, cabe ressaltar condições sócio-econômicas.
Tende-se a viver bastante no Brasil. É pouquíssimo divulgada uma métrica interessante: a proporção de óbitos cuja idade é igual ou superior à modal. Intuitivamente as pessoas tendem a chutar valores muito abaixo dos observados. Dividindo os óbitos apenas entre os sexos, temos:
Abaixo o histograma das idades ao morrer, por sexo e “raça”:
Considerando apenas uma divisão por sexo, temos:
Um pouco sobre Homicídios
Em geral, o brasileiro até que vive bastante — quando não o matam. Jovens costumam ser vítimas de homicídio. E se você chutou “jovens negros”, repense: mais brancos do que negros morrem de “morte matada”. Os campeões? Eles mesmos, a maioria da nossa população, os pardos!
Baixe e dê zoom para ver mulheres assassinadas. Ao contrário do que faz parecer a histeria midiática, (felizmente!) mulheres são uma minoria entre as vítimas de homicídio. Compreensível, entre outras coisas, porque homens jovens compõem a maioria da atividade criminosa. Em números absolutos, por sexo e “raça”:
É possível, no entanto, explicitar a porcentagem de vítimas de homicídios por sexo:
Média, por média, média das idades das vítimas de Homicídio:
Para a idade modal das vítimas de Homicídio foi considerada a moda mais baixa, caso houvesse mais de uma:
Para apenas uma rápida análise preliminar sobre os óbitos no Brasil em 2021, está bom.
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Esses dados quebram mt bem mts narrativas falsas.